As duas ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estacionadas no quartel dos Municipais estiveram operacionais até à meia noite de segunda-feira. Ontem, uma equipa daquele serviço, vinda expressamente de Coimbra, procedeu ao levantamento dos veículos.
"Estamos frustrados e revoltados. A experiência acumulada, o conhecimento do terreno e a forma positiva como articulamos com os restantes serviços, justificavam que o INEM continuasse nesta casa", desabafou um dos 14 Tripulantes de Ambulâncias de Socorro (TAS) dos Municipais.
Outro bombeiro, também com formação TAS, juntou-se ao companheiro nas queixas. "Ao contrário do que muita gente pensa, não recebíamos um tostão a mais no nosso salário por tripular as ambulâncias do INEM. Mas o facto de prestarmos um bom serviço à comunidade, dava prestígio à nossa corporação".
Os BMV pertencem à Câmara Municipal de Viseu. Há alguns meses, perante a queixa de falta de efectivos na corporação, o presidente da autarquia, Fernando Ruas, anunciou que iria denunciar o protocolo com o INEM. A saída do serviço está consumada.
Jorge Antunes, comandante dos BMV, vê o lado positivo do processo. "Vamos continuar com cinco piquetes com oito homens cada. Mas na época de fogos, teremos mais operacionais disponíveis".
Nos últimos meses, foi apontada a hipótese de o INEM mudar para os Bombeiros Voluntários ou delegação da Cruz Vermelha. Não foi isso que aconteceu. O JN confirmou, ontem, que o serviço já está a funcionar desde o dia 4, a título precário, no Regimento de Infantaria (RI)14, mesmo sem protocolo ainda assinado.
"Há um protocolo mestre, estabelecido em 2008 entre o Exército e o INEM, que dá cobertura a esta instalação. Apesar disso, já preparamos a minuta para que o processo fique regularizado", avançou o tenente-coronel Pedro Esgalhado, 2º comandante do RI14. O militar diz que não haverá interferência entre serviços. E admite que a presença do INEM no quartel seja mais uma forma de o RI14 interagir com a sociedade civil.
O novo presidente do INEM, Miguel Oliveira, aceita as razões da CMV para recusar o serviço, embora as lamente, e confirma a transferência de duas ambulâncias para o RI14 "no sentido de salvaguardar a assistência de emergência médica pré-hospitalar à população". Uma ambulância funcionará 24 horas e a outra apenas durante o dia, ambas durante os sete dias da semana.
DN
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