terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bombeiros de Silves: ‘Soldado da Paz’ foi condecorado

Um total de 4047 horas de serviço operacional ao longo do ano passado fizeram de Manuel Maria Duarte Oliveira, de 58 anos, o bombeiro algarvio que mais trabalhou no distrito, em 2009. A dedicação levou-o a receber, com mais 17 colegas representantes de todo o País, a Medalha de Mérito de Protecção e Socorro. A cerimónia decorreu anteontem, em Lisboa, com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira.
Nos Bombeiros Voluntários de Silves (BVS) há 28 anos, onde é bombeiro de 3ª classe (antes foi motorista), Manuel Oliveira disse ao CM "não estar à espera da condecoração" e, humilde, frisou que "muitos outros também a mereciam". A média de serviço operacional nos BVS, que contam com 82 elementos, ronda as 1500 horas por ano.

Sempre voluntário na corporação de Silves, Manuel Oliveira recordou que "antes, era tudo mais difícil". E explica: "Só tínhamos dois carros de combate a fogos [um ligeiro e um pesado], um tanque de 5000 litros de água e quatro ambulâncias". O bombeiro abraçou a causa dos ‘Soldados da Paz’ por sentir uma "necessidade de servir" e explica que para se ser bombeiro é "preciso gostar e ter sentido de missão".

Para o comandante dos BVS, a condecoração atribuída a Manuel constituiu "um orgulho e uma emoção" para a corporação. Luís Simões referiu, ainda, ter havido "um aumento do trabalho operacional, sobretudo na área da saúde, mas, pelo contrário, nos fogos, a situação esteve calma".

MENOS FOGOS E ÁREA ARDIDA

No balanço da fase Charlie de combate a incêndios florestais, que terminou no final de Setembro, registaram-se 345 ocorrências (menos 201 do que em 2009) e arderam cerca de 184 hectares (menos 1586) na região algarvia.

"Conseguimos, este ano, reduzir em 36,6% o número de ocorrências e em 89,6% a área ardida", referiu ao CM Isilda Gomes, Governadora Civil de Faro. Já Vaz Pinto, comandante operacional distrital da Protecção Civil, mostra-se satisfeito, mas cauteloso, alertando para o facto de estes números "não serem sustentáveis". Vaz Pinto refere que "ainda há muito para fazer" e prefere "não embandeirar em arco". Para explicar o sucesso, o comandante distrital da Protecção Civil destaca a maior consciencialização da população e o maior número de efectivos no terreno.

CM

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