domingo, 26 de setembro de 2010

Menina caída do quarto andar salva pelos braços de bombeiro

Uma menina de quatro anos caiu da varanda de um quarto andar, em Arcozelo, Barcelos, e foi salva por um bombeiro dos Voluntários de Viatodos. Cá em baixo, a 15 metros, Fernando Rodrigues amparou a queda e evitou a tragédia. Eva sofreu pequenas escoriações.
Fernando Rodrigues é o mais recente herói dos Bombeiros Voluntários de Viatodos, em Barcelos. Herói acidental, porque quis o acaso, a audácia e o sentido de oportunidade que, ontem, este voluntário estivesse no sítio certo à hora certa.

"Eram cerca das 15.30 horas. Ao contornar a rotunda, apercebi-me de que se passava qualquer coisa, mas pensei sempre que fosse um incêndio numa casa, por exemplo", relatou, ontem, ao JN, ainda tenso, Fernando Manuel Fernandes Rodrigues, 34 anos, natural de Viatodos.

O bombeiro tinha-se deslocado a Barcelos para transportar um doente ao serviço de hemodiálise que funciona em Arcozelo, quando se apercebeu, na Avenida de Nossa Senhora de Fátima, da presença de muitas pessoas num passeio, olhando para o cimo de um prédio. Aproximou-se e reparou que uma criança estava agarrada às grades de uma varanda, do lado de fora. Da parte de dentro, uma mulher, alegadamente a mãe, tentava agarrá-la. Mas a criança caiu.

Nesse preciso momento, o bombeiro, acabado de chegar ao local, só teve tempo de segurar a criança, livrando-a do impacto no passeio. "Aproximei-me das outras pessoas e ainda estive cerca de um minuto à espera, porque tinha subido uma pessoa para tentar agarrar a menina. De repente, caiu, e eu só tive tempo de estender os braços e agarrá-la. Estava lá um senhor que também me ajudou. Juntos conseguimos salvar a menina", conta Fernando, partilhando o acto heróico com um empregado dos talhos Sominho.

Impulso decisivo

Fernando não consegue explicar o "impulso" que sentiu naquele momento decisivo, em que a vida da pequena Eva lhe caiu literalmente nos braços.

"Uma coisa é quando saímos com outros colegas e estamos seguros, outra coisa é aparecer uma situação assim, sem contar", adianta o voluntário, com 14 anos de experiência.

Horas volvidas sobre o acontecimento, Fernando não conseguia afastar do pensamento aqueles momentos. E os que se seguiram, "com a cabeça sempre a pensar no mesmo. Como estará a menina?" A esta incerteza, Fernando soma a garantia de que procurará saber o estado da Eva.

A menina de quatro anos sofreu apenas algumas escoriações mas, mesmo assim, foi transportada ao Hospital de Barcelos para despistar eventuais lesões. Ao final do dia, a criança permanecia em observações, mas livre de perigo.

Cumprida a missão, Fernando teve de seguir caminho. "Estava num serviço, salvei a menina e tive de regressar ao quartel, porque tinha outro serviço na escala".

JN

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