domingo, 26 de setembro de 2010

Guerra aberta entre Câmara e Bombeiros

Os órgãos sociais dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez acusam o presidente da Câmara, Francisco de Araújo, de "irresponsabilidade" por este ter dito, na última Assembleia Municipal, "que a Câmara cortara relações institucionais" com a direcção dos bombeiros e que "cancelaria qualquer transferência de verbas", algo que consideram "uma birra pessoal" do autarca.

Pedro Silva, presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros, manifestou "surpresa e indignação" e alertou "a população para a gravidade da situação que põe em causa serviços essenciais aos arcuenses, nomeadamente a emergência pré-hospitalar e a capacidade de resposta operacional em caso de emergência ou catástrofe". "É uma grande irresponsabilidade que o responsável máximo da Protecção Civil assuma um corte de relações com o primeiro pilar operacional que são os bombeiros", disse, ontem, em conferência de imprensa.

Atendendo à gravidade da situação os órgãos sociais solicitam uma audição pública com o executivo municipal a realizar com maior brevidade para o esclarecimento deste diferendo. Em causa estará a utilização de verbas recebidas pelos bombeiros para fazer face a despesas no período de incêndios. "O Plano de Emergência Municipal (PEM) foi accionado a 27 de Junho, mas já antes, havia bombeiros de outras localidades no concelho a quem tínhamos de pagar a alimentação e combustível. Com a verba que recebemos pagamos essas facturas. Não houve qualquer desvio de verbas. Com o PEM accionado, a responsabilidade das despesas passa para a autarquia que nos veio cobrar facturas que lhes correspondem", disse Pedro Silva.

O autarca, Francisco Araújo, diz que estas verbas foram um "adiantamento" para a época de incêndios tendo a Associação Humanitária "recusado saldar a despesa, obrigando o município a gastar 60 mil euros". Dada a despesa "havia verbas que não serão transferidas". Considera ainda que "as declarações dos órgãos sociais são abusivas, pois o município está disponível para apoiar o corpo activo".

JN


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