A decisão partiu da câmara municipal, que não se mostrou disponível para voltar a pagar os quase 15 mil euros que a associação reclama, anualmente, por cada iniciativa com toiros em que participa (Colete Encarnado e Feira de Outubro). O MIRANTE sabe que que o orçamento apresentado pelos bombeiros para assegurar o serviço de abertura e fecho das tranqueiras sofreu um aumento de 30 por cento em relação ao ano anterior e que, por isso, é a câmara que vai assegurar o trabalho.
“Todos os anos a abertura e fecho das tranqueiras permite a permanência de mais de 30 bombeiros no local das largadas, além das ambulâncias, o que possibilita também um socorro mais rápido a todos os feridos. Este ano a câmara municipal não quis fazer na Feira de Outubro o que fez no Colete Encarnado, para poupar dinheiro, e por isso vai fazer a abertura e o fecho com outras pessoas. Vamos apenas ter quatro ambulâncias no local, o que equivale a nove bombeiros para milhares de pessoas. Vai ser uma situação muito complicada”, revela a
O MIRANTE fonte da associação.
Actualmente não existe legislação que estipule quem deve realizar a operação de abertura e fecho das tranqueiras. Em municípios como Azambuja e Benavente a operação é feita por funcionários da junta de freguesia e câmara municipal.
O sentimento dentro do quartel, próximo dos voluntários, é de revolta e muitos garantem que não se vão aproximar das largadas. “Muitos voluntários não estão satisfeitos com a atitude e também temos alguns chefes que não viram isto com bons olhos. Provavelmente se acontecer um acidente grave o socorro vai ficar comprometido porque só os bombeiros das ambulâncias não chegam”, garante outro bombeiro ouvido pelo nosso jornal. A Câmara Municipal, por seu turno, garante que o socorro durante as largadas “não estará em causa” e que o número de ambulâncias no local será “suficiente”.
Entre a população as opiniões dividem-se. “Não se percebe, é uma tradição e os bombeiros precisam muito de ajuda. Além disso são os bombeiros que ajudam sempre em várias situações complicadas, como quedas, agressões e até doenças súbitas. Não creio que seja boa ideia a câmara virar as costas aos bombeiros”, refere Pedro Fernando, morador.
Para Margarida Pinto, comerciante, “o município já tem muito onde gastar” e a contenção é bem-vinda. “Acho que um bombeiro, se diz ser bombeiro e sente o que faz, vai ajudar na mesma quer seja pago ou não. Acho que a decisão da câmara é acertada”, defende.
O Mirante
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