quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bombeiros começam a deixar combate aos fogos

Regresso de muitos jovens às aulas em Setembro põe em causa cumprimento das escalas em várias corporações voluntárias.
A subida das temperaturas voltou a fazer disparar o número de incêndios florestais e obrigou a nova mobilização do Exército. Guarda e Vila Real têm sido os distritos mais fustigados. Apesar do regresso dos fogos, o dispositivo de combate a incêndios começa a conhecer as primeiras brechas. Em Viseu duas equipas já anunciaram a indisponibilidade para Setembro.

Os Bombeiros de Viseu, onde estão duas equipas de combate e apoio a fogos florestais, já avisaram o comando da Protecção Civil que vão dar por terminado o empenho nos incêndios a partir de 1 de Setembro. Fonte da corporação justifica a decisão com a "falta de pessoal e incerteza de conseguir assegurar a escala completa".

Fonte da Protecção Civil reconheceu que "a partir de Setembro há sempre dificuldades porque muitos dos voluntários são estudantes e regressam às aulas". Também em Castelo Branco, Évora, Idanha-a-Nova e Oleiros "tem havido problemas para completar a escala de serviço", adiantou o responsável.

No País, a subida das temperaturas obrigou ao accionamento do alerta amarelo, segundo mais grave de uma escala de quatro e marcou o regresso dos fogos. Guarda e Vila Real são os distritos mais fustigados. Na Guarda, o incêndio que deflagrou sábado em Benespera, foi dado como controlado a meio da tarde de ontem. No local estiveram 205 homens, 58 veículos e dois meios aéreos. Em Aguiar da Beira um fogo consumiu uma vasta área de pinhal e obrigou ao empenhamento de 35 operacionais, apoiados por oito veículos e um helicóptero-bombardeiro pesado.

Em Chaves, o fogo começou no sábado e ontem ao início da noite continuava por controlar. No mesmo distrito houve registo de incêndios em Sabrosa e Mondim de Basto, no Parque Natural do Alvão.

Os quatro sapadores florestais de serviço na Junta de Freguesia de Merufe, em Monção, estão sem receber desde Dezembro de 2009, tal como os restantes quatro funcionários da respectiva junta, dada a falta de entendimento entre as três forças representadas na assembleia local desde as últimas eleições. A esperança reside na decisão do tribunal, esperada para Setembro.

"É difícil para qualquer trabalhador passar tanto tempo sem receber, mas para os sapadores florestais é ainda mais complicado pelo que têm passado este Verão. Há oito meses que não recebem vencimento", explicou ao DN Márcio Alves.

A junta foi instalada, mas como a oposição tem a maioria, desde as eleições que não há governo daquele órgão. A história começa a 11 de Outubro de 2009 com a vitória da lista liderada por Márcio Alves. Mas sem maioria absoluta, já que conquistou quatro mandatos, tantos quantos os da lista de Hélder Dias, tendo a terceira, encabeçada por Durval Gonçalves, conseguido um eleito. Todos os três em listas independentes.

Por pagar estão uma dezena de salários, o que corresponde a uma verba total superior a 40 mil euros, entre trabalhadores das obras, limpeza, educativos e sapadores florestais. Estes últimos ganham pouco mais de 600 euros por mês, ou pelo menos era suposto que assim fosse.

DN

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