O material de socorro, especialmente aquele que é usado pela secção náutica da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, está guardado nas casas de banho do quartel por falta de espaço.
As sanitas de porcelana deram lugar às botijas de oxigénio, mangueiras e até um plano duro (para imobilizar doentes) está arrumado na vertical. A situação arrasta-se há dois anos, desde que o espaço que a associação ocupava no centro da cidade foi desocupado por ordem do senhorio. Com carros e material na rua e sem espaço para os guardar foi esta a solução encontrada pelos soldados da paz para manter o equipamento mais valioso em segurança. A falta de espaço no quartel para guardar este e outro tipo de material mais pequeno é uma das maiores dificuldades da associação, que está a ampliar as instalações.
“Já temos mostrado isto a algumas pessoas que se riem. Temos os nossos balneários, que são maravilhosos, transformados em arrecadações. Apenas um é que serve para os homens se vestirem. Todos os outros estão cheios de material porque não temos mais espaço onde guardar as coisas”, lamenta o presidente da direcção, Carlos Fernandes a O MIRANTE.
Segundo o dirigente a falta de espaço tem também causado prejuízos aos bombeiros já que muito material desaparece sem deixar rasto. “Os equipamentos de extinção de incêndios andam por aí espalhados em todo o lado. Quem quiser agarra, leva e não é a primeira vez que nos desaparecem extintores porque não temos um local seguro para os guardar”, adianta o presidente.
Os problemas vão ficar resolvidos com a obra de ampliação do quartel que está em curso e que ronda os 276 mil euros. Setenta por cento da verba foi comparticipada for fundos comunitários (ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional), 25 por cento pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e cinco por cento pela associação. Os responsáveis prevêem que a obra fique concluída até Março de 2011, ainda a tempo de ser inaugurada no 129º aniversário da associação, em Maio próximo.
“Quando este quartel foi construído o projecto já era antigo. Tem mais de 20 anos. Não serve as nossas necessidades, especialmente em termos de formação. Hoje temos uma sala exígua, que dá para 11 bombeiros. Sempre que o comando tinha de dar formação a 20 ou 30 bombeiros tinha que os levar para o salão nobre, o que era altamente desconfortável”, lamenta o dirigente.
O novo espaço vai dispor no primeiro andar de quatro salas de formação, duas grandes e duas pequenas, que os responsáveis querem apetrechar com computadores e equipamentos de aprendizagem. Carlos Fernandes explica que o rés-do-chão será destinado a arrecadações e oficinas. Também vai sobrar espaço para receber viaturas ligeiras e pesadas. “Com esta obra vamos finalmente ficar com condições para guardar com dignidade todo o nosso equipamento e dessa forma servir melhor a população do concelho. Ainda nos vai sobrar espaço para futuras ampliações, se necessário, mas acredito que vamos ficar com um bom quartel para os anos futuros”, conclui.
O Mirante
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