segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bombeiros de Mira “Obrigaram” Comandante a Demitir-se

Corpo activo dos bombeiros de Mira “está de candeias” às avessas com o comandante. Dois abaixo-assinados “arrasadores” obrigaram Manuel Pereira a deixar a corporação.
As relações entre o corpo activo dos bombeiros voluntários de Mira e o comandante da corporação bateram no fundo. Pelos menos “azedaram” há cerca de um mês, altura em que a maioria dos bombeiros, devido ao «mau estar e péssimo ambiente no seio da corporação», decidiu elaborar uma petição a pedir à Direcção “a cabeça” de Manuel Pereira, exigindo a sua demissão.
As relações degradaram-se e mais recentemente os bombeiros redigiram uma segunda carta/petição, esta assinada por 44 elementos que fazem escalas mensais na corporação, na qual arrasam a actuação de Manuel Pereira ao longo dos tempos, acusando-o de «não ter palavra», de «dividir para reinar», de que «hoje diz uma coisa amanhã outra», entre outros mimos, voltando a pedir à Direcção a sua saída do comando.
Bombeiros que, à “boca fechada”, vão dizendo “cobras e lagartos” de Manuel Pereira, a maioria dos quais, porém, prefere, apenas, dizer que, efectivamente, o clima actual no seio da corporação «é de cortar à faca». A verdade é que o comandante parece não ter resistido “à pressão” e acabou por pedir a demissão do cargo na passada quarta-feira, pedindo à Direcção a sua passagem para o Quadro de Honra, o que foi aceite.
A demissão de Manuel Pereira não acalmou as hostes, uma vez que o segundo comandante e o adjunto do comando pediram a exoneração do cargo alegadamente solidários com o comandante, o que criou um vazio na estrutura de comando da corporação. A insólita situação levou o presidente da Direcção da Associação Humanitária a pedir àqueles elementos que se mantivessem nos seus cargos pelo menos até à nomeação de outro comandante, mas a resposta não foi, para já, positiva. (ler caixilho). A polémica, aliás, extravasa o seio da corporação e estende-se à Direcção da associação, fortemente criticada por Manuel Pereira, que acusa o presidente Carlos Camarinha de instigar os bombeiros «a insurgirem-se contra o comandante» (ler caixilho).
Carlos Camarinha que confirmou ao nosso Jornal a demissão de Manuel Pereira no dia 18 deste mês devido «ao descontentamento do corpo activo», ao «mau estar patente na corporação há muito tempo», que culminou em dois abaixo-assinados arrasadores para Manuel Pereira por, argumenta o dirigente da associação, «não ter sabido lidar com os homens que comandava».
A corporação, de acordo com o presidente da associação, chegou ao ponto de recusar fazer qualquer tipo de instrução sob as ordens do comandante e, nas petições, ameaçaram que não faziam escalas de serviço a não ser na área da saúde (transporte de doentes e urgências). O teor das petições dos bombeiros contra o comandante eram de tal forma fortes «e de bradar aos céus», que levou Carlos Camarinha a encaminhá-las para o comandante distrital do CDOS, Ferreira Martins.
“Quero, posso e mando”
As acusações a Manuel Pereira são mais que muitas. Pelos menos dos 44 bombeiros que assinaram as petições, a maioria deles preferindo não se identificarem publicamente. Não foi o caso do bombeiro-chefe Paulo Silva, na corporação há 16 anos, que não teve problemas em garantir que o (mau) relacionamento entre comandante e corporação «já é antigo, já dura há pelo menos dois anos». Mau relacionamento que terá origem «na sua falta de capacidade para estar à frente de uma corporação de bombeiros» e que se agravou nos últimos tempos devido, segundo este operacional, «à sua prepotência, ao estilo de quero, posso e mando».
Prepotência que terá passado os limites, «ao ponto de ele [comandante] perseguir e ameaçar o pessoal», o que levou os bombeiros «a unirem-se e a denunciarem a situação, exigindo a sua saída», conta Paulo Silva. Este operacional refere, ainda, que o próprio segundo comandante (João Almeida) e adjunto do comando (João Canudo) «eram, também, uns “paus-mandados”» do comandante e que a “guerra” na corporação não tem nada a ver com eles. Por isso, afirma, se quiserem continuar nos cargos que ocupam «têm o apoio e solidariedade de todos os bombeiros».
A verdade é que esta situação criou um vazio no comando dos bombeiros de Mira, o que está a preocupar a direcção da associação, e que poderá agravar-se se João Almeida e João Canudo (segundo comandante e adjunto) também baterem com a porta.

“Tenho de estar solidário com o Manuel Pereira”

O Diário de Coimbra também falou com o segundo comandante da corporação de Mira, João Almeida, e o adjunto de comando, João Canudo. O primeiro não quis dizer de que lado está da barreira, sempre confirmou que após a demissão do comandante pediu a sua exoneração. «Não estou contra ninguém nem estou solidário com alguém», argumentou João Almeida, confirmando, ainda, ter sido convidado para continuar no cargo e que ainda não deu nenhuma resposta à Direcção da associação.
Já João Canudo, adjunto do comando, afirmou ter a “obrigação” «de estar solidário com o comandante» por que foi ele [Manuel Pereira] «quem me convidou para o cargo» e, nesse sentido, quando se demitiu «coloquei o meu lugar à disposição».
Este operacional também confirma ter sido convidado para continuar no cargo, porém, adiantou, «só no dia 1 de Dezembro tomamos uma decisão».

“Bombeiros não estão contra mim, o presidente é que os instiga”
Manuel Pereira confirmou a sua demissão do comando dos bombeiros mas não aceita que o tenha feito por a corporação estar contra si. Mesmo sabendo que as petições a exigir a sua demissão tenham sido assinadas pela grande maioria dos bombeiros, o (ex) comandante diz que estes «foram instigados pelo presidente (Carlos Camarinha) para o fazer» e garante que os bombeiros não estão contra si. «Quem está contra mim é o presidente da associação, que anda há dois anos a querer correr comigo».
E enumera episódios de «interferência» de Carlos Camarinha na sua actividade. «Ele queria ser o operacional, imiscuía-se no meu trabalho, mandava o pessoal conduzir carros e ambulâncias sem minha autorização», acusa, agora, Manuel Pereira, afiançando que o presidente da associação ameaçou uma bombeira «de não lhe renovar o contrato se se recusasse a conduzir uma ambulância». Argumentando ter documentos «que contradizem» o presidente, Manuel Pereira conclui: «sempre zelei pelos interesses dos bombeiros e do concelho desinteressadamente», sugerindo que outros não o fizeram.
Diário de Coimbra

2 comentários:

  1. que guerra tão antiga essas pesssoas em questão "comandante, presidente ,etc "ja se movimentão a muitos anos a custa do nome dos B .V.Mira

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  2. Há uma série de anos que os B.V. de Mira tem vindo a ser comandados por simples vaidosos e maniacos, não comandam para servir os Bombeiros, mas parece que é para se servir dos Bombeiros. É pena que assim seja, pois a responsabilidade do cargo devia exigir mais um pouco de competencia.

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